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Dados sobre patentes mostram que um terço das invenções tem relação com os ODS

Março de 2024

Christopher Harrison, gerente de análise de patentes da OMPI

As patentes são uma fonte extraordinária de informações. Grande parte das informações técnicas que elas contêm nunca chega a ser publicada de outra forma e encontra-se em formato relativamente padronizado, fazendo das patentes um reconhecido indicador de avanços científicos e tecnológicos, por meio do qual é possível acompanhar as tendências no campo da inovação. Por essa razão, as análises de big data baseadas em dados de patentes vêm rapidamente se tornando uma métrica fundamental para mensurar o progresso científico e tecnológico.

O novo relatório pdf sobre inovações que contribuem para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU é fruto de uma colaboração da OMPI com a LexisNexis IP Solutions. Usando metadados que refletem os ODS, os especialistas da empresa de análise de dados identificaram 100 categorias de tecnologias que ajudam a tornar esses objetivos possíveis. (Saiba mais sobre a análise da LexisNexis online.)

O cruzamento dos dados de patentes com os ODS permite identificar as áreas de inovação que mais estão contribuindo para os nossos objetivos comuns. A metodologia também lança luz sobre segmentos adicionais, que ainda permanecem sub-representados, mas em que já é possível observar contribuições para os ODS. Em conjunto com a análise de patentes, que revela como cada tecnologia específica auxilia na concretização de cada ODS, essa abordagem pode oferecer subsídios para decisões estratégicas em pesquisa e desenvolvimento, políticas de inovação, comercialização e licenciamento de PI, assim como para a cooperação em pesquisas envolvendo os setores público e privado.

É possível associar patentes a 13 dos 17 ODS e quase um terço delas atualmente contribui para esses objetivos.

Em âmbito global, há mais de 15,2 milhões de famílias de patentes ativas, que são coleções de patentes relacionadas com a mesma invenção. Mais de 4,7 milhões delas já estão associadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Os ODS foram aprovados pela Assembleia Geral da ONU em 2015. Os 17 objetivos mundiais incluem 169 metas específicas, abrangendo questões sociais, econômicas e ambientais e configurando-se como um plano de ação para promover a paz e a prosperidade internacional até 2030. As patentes são, por sua própria natureza, um claro sinal de inovação. Por meio de seu entrecruzamento com os objetivos de sustentabilidade, cria-se um indicador de importância fundamental. É possível associar patentes a 13 dos 17 ODS e 31,4% das famílias de patentes ativas no mundo atualmente contribuem para a implementação desses objetivos.

Por outro lado, é importante ressaltar que quatro dos 17 objetivos não são abrangidos pelas patentes existentes. São eles: ODS 8 (Trabalho decente e crescimento econômico), ODS 10 (Redução das desigualdades), ODS 16 (Paz, justiça e instituições eficazes) e ODS 17 (Parcerias e meios de implementação).

A análise de tendências entre as atividades de patenteamento também mostra que alguns objetivos avançam em ritmo mais acelerado que outros. O ODS 9 (Indústria, inovação e infraestrutura) é um exemplo disso. Essa área é a mais avançada e concentra o maior número de patentes (2,9 milhões de famílias de patentes ativas), evidenciando o escopo dos ODS em seu âmbito. Nela estão abrangidos o segmento de equipamentos eletrônicos, o setor industrial e o de materiais, que se caracterizam por um alto grau de patenteamento e ocupam lugar de destaque na análise, com sua participação mundial entre as patentes ativas, antes abaixo de 10%, alcançando agora a marca de 20%.

Figura 1: Número atual de famílias de patentes ativas associadas a cada um dos 17 ODS que englobam tecnologias relevantes. Fonte: OMPI, com base em dados de patentes do PatentSight, janeiro de 2024

Além das inovações do setor industrial e de infraestrutura (ODS 9), também se destacam na análise os segmentos que contribuem para as ações climáticas (ODS 13). O ODS 7, que envolve a geração de energia acessível e limpa, está em alta. Há um total de 1,1 milhão de famílias de patentes ativas que contribuem para as ações climáticas, com outras 900 mil voltadas para a geração de energia limpa. A “Ação contra a mudança global do clima” (ODS 13) é impulsionada por tecnologias que visam reduzir as emissões dos gases de efeito estufa, ao passo que a geração de “energia acessível e limpa” (ODS 7) se beneficia de avanços na área de energia renovável, como a solar e a eólica. Em ambos os casos, observa-se uma tendência de alta ligeiramente mais vigorosa do que a constatada entre a maioria das tecnologias associadas aos demais ODS, refletindo a preocupação crescente dos consumidores com o uso de alternativas mais limpas de energia.

Inovações emergentes relacionadas aos ODS de natureza socioeconômica

As tecnologias verdes são fundamentais. Em termos mais abrangentes, no entanto, os ODS reconhecem que precisamos acabar com a pobreza e outras carências. A concretização desses objetivos caminha de mãos dadas com a adoção de estratégias que melhorem as condições de saúde e educação, reduzam as desigualdades e promovam o crescimento econômico. E as patentes que contribuem para os ODS de caráter socioeconômico, como erradicação da pobreza (ODS 1), educação de qualidade (ODS 4), água potável e saneamento (ODS 6) e vida na água e vida terrestre sustentáveis (ODS 14 e 15), vêm despertando mais interesse.

Ao mesmo tempo, a conexão entre esses ODS e as patentes é mais limitada, pois eles não envolvem um uso tão intensivo de tecnologia como outros objetivos. Ainda assim, o enfoque em determinadas tecnologias revela seu avanço. É o caso, por exemplo, do ODS 1 (Erradicação da pobreza). No que diz respeito a esse ODS, a inovação é fundamentalmente impulsionada pela adoção da tecnologia blockchain, que vem contribuindo de forma significativa para avanços nas áreas de agricultura e segurança alimentar. As bases de dados em blockchain armazenam informações em blocos interligados como os elos de uma corrente. O uso dessa tecnologia permite aprimorar a rastreabilidade dos alimentos e garantir um fornecimento adequado para os indivíduos mais necessitados. A tecnologia blockchain também promove a transparência e pode contribuir para a segurança e qualidade alimentar na cadeia de suprimentos, impedindo que alimentos contaminados cheguem ao mercado. Em notas informativas da ONU, também se enfatiza o potencial da tecnologia blockchain para facilitar “as transações no comércio internacional e o acesso a cadeias globais de valor – sobretudo para pequenas empresas de economias em desenvolvimento e em transição –, assim como a prestação de serviços governamentais efetivos, que promovam um progresso econômico e social mais inclusivo”.

Figura 2: A matriz de maturidade da inovação ajuda a identificar
as tecnologias emergentes que contribuem para os ODS, juntamente
com as áreas que vêm despertando maior interesse e os setores
maduros.
Fonte: OMPI, com base em dados de patentes do PatentSight,
janeiro de 2024

A matriz de maturidade da inovação para patentes que contribuem para os ODS destaca as áreas que vêm despertando maior interesse, no sentido de que apresentam grande número de patentes e crescimento vigoroso nos últimos anos. A ferramenta também ajuda a identificar interesses emergentes em áreas que passam despercebidas quando se considera apenas o número absoluto de patentes, pois são ofuscadas pelos segmentos com grande volume de patentes.

Alinhamento de tecnologias específicas com os ODS

As patentes são classificadas segundo a Classificação Internacional de Patentes (CIP), que consiste em um sistema hierárquico adotado no mundo inteiro pela maioria dos institutos de PI para agrupar as patentes em setores tecnológicos específicos. De forma muito semelhante aos sistemas adotados por bibliotecas para classificar livros, a CIP permite a rápida localização de patentes relacionadas a tecnologias específicas. Para conferir detalhamento suficiente à análise apresentada no relatório, também foi utilizada a tabela de concordância de tecnologia da OMPI. A tabela associa os símbolos da CIP a 35 áreas tecnológicas, distribuídas por cinco setores: engenharia elétrica, instrumentos, química, engenharia mecânica e outros. Essa análise mais aprofundada mostra o alinhamento de áreas tecnológicas específicas com os ODS. O grau de detalhamento adotado permite constatar, por exemplo, a relação entre o ODS 3 (Saúde e bem-estar) e a área de fármacos e de outros segmentos biológicos e médicos. Da mesma forma, o ODS 2 (Fome zero) alinha-se de forma significativa à área de química alimentar e o ODS 11 (Cidades e comunidades sustentáveis) à de engenharia civil.

Figura 3: Panorama das patentes que contribuem para os ODS
em 35 áreas tecnológicas (2000-2023).
Fonte: OMPI, com base em dados de patentes do PatentSight,
janeiro de 2024

Em termos mais abrangentes, a química é a área que concentra a maior proporção de patentes que contribuem para os ODS, englobando fármacos e inovações voltadas para a redução de emissões dos gases de efeito estufa. Nessa área, observava-se há muitos anos uma disputa pela segunda e terceira posições entre os segmentos de biotecnologia e fármacos, com consistentes crescimentos anuais. Desde 2018, porém, ambas foram superadas pelo segmento de microestruturas e nanotecnologia, que passou de cerca de 25% em 2000 para quase 65% em 2023. A tecnologia ambiental também se enquadra nessa área e concentra a maior parcela de patentes que contribuem para os ODS, com cerca de 75%, muitas das quais relacionadas à descarbonização de processos industriais. O percentual das patentes que contribuem para os ODS nos segmentos de microestruturas e nanotecnologia, fármacos e tecnologia ambiental vem se aproximando dos 100%, ainda que partindo de um patamar já elevado.

Indústria, universidades e instituições de pesquisa impulsionam a inovação sustentável

Os ODS são uma chamada à ação urgente por parte de todos os países – desenvolvidos e em desenvolvimento –, em uma parceria mundial. Nossa análise mostra que os requerentes cujos portfólios de PI concentram o maior volume de patentes que contribuem para os ODS constituem uma combinação equilibrada de empresas e instituições de pesquisa.

No setor corporativo, destacam-se a CATL e a Samsung SDI na área de baterias, juntamente com Roche e Merck na área de fármacos. No entanto, empresas da área de eletrônicos, como Qualcomm, Ericsson, Baidu, LG Electronics e TDK, registram as taxas de crescimento mais elevadas.

Entre as universidades e instituições de pesquisa, a Universidade da Califórnia e a Academia Chinesa de Ciências são as que concentram o maior número de patentes que contribuem para os ODS, observando-se ainda uma participação significativa de outras instituições acadêmicas e de pesquisa nos Estados Unidos, na China, na França, na República da Coreia e na Alemanha.

Ao refletir sobre os ODS da ONU por meio da análise de patentes, podemos moldar nosso futuro comum.

Embora determinados Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, como o ODS 9 (Indústria, inovação e infraestrutura) e o ODS 13 (Ação contra a mudança global do clima), apresentem um nível significativo de atividade de patenteamento, a conexão com as patentes é mais limitada nos ODS centrados em aspectos socioeconômicos. Em que pese essa disparidade, a tendência de crescimento das patentes associadas aos ODS, em particular nas áreas de energia renovável e redução de emissões, reflete uma preocupação cada vez maior com as tecnologias sustentáveis.

A correlação de patentes com os ODS também revela intersecções, com algumas tecnologias transversais, como a blockchain, contribuindo para diversos objetivos. Desse modo, a análise de tendências por setores e áreas de tecnologia oferece um panorama mensurável do alinhamento de áreas específicas, como as de inovações ambientais e farmacêuticas, com os ODS.

De modo geral, os resultados desse novo relatório sobre as inovações que auxiliam na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU evidenciam a importância decisiva da propriedade intelectual para que o desenvolvimento siga o caminho da sustentabilidade. A propriedade intelectual ajuda decisores, formuladores de políticas públicas e inovadores a fazer escolhas fundamentadas em dados, alocar recursos com eficiência e promover a colaboração entre as áreas em que as contribuições inventivas são mais necessárias. Com os dados e perspectivas que a análise de patentes oferece sobre as contribuições das inovações para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, podemos moldar ativa e colaborativamente nosso futuro comum.

A Revista da OMPI destina-se a contribuir para o aumento da compreensão do público da propriedade intelectual e do trabalho da OMPI; não é um documento oficial da OMPI. As designações utilizadas e a apresentação de material em toda esta publicação não implicam a expressão de qualquer opinião da parte da OMPI sobre o estatuto jurídico de qualquer país, território, ou área ou as suas autoridades, ou sobre a delimitação das suas fronteiras ou limites. Esta publicação não tem a intenção de refletir as opiniões dos Estados Membros ou da Secretaria da OMPI. A menção de companhias específicas ou de produtos de fabricantes não implica que sejam aprovados ou recomendados pela OMPI de preferência a outros de semelhante natureza que não são mencionados.